terça-feira, 27 de maio de 2008

1.

da série: Pinturas de boudoir
"Parece mesmo o Paraíso"

Óleo s/ tela, 50 x 70 cm

ano: 2004


"Esta é uma história para ser lida na cama, numa casa velha, em noite de chuva. Os cães dormem e os cavalos de sela - Dombey e Trey - fazem ouvir-se nos estábulos do outro lado da rua suja, por detrás do pomar. A chuva é suave e de uma necessidade sem desespero. Os lençóis de água estão num nível satisfatório, o rio que corre perto está cheio, os jardins e os pomares - estamos num virar de estação - estão convenientemente irrigados. Quase todas as luzes estão apagadas na pequena aldeia perto da cascata onde, antigamente, o moinho costumava produzir riscado de algodão.(...)A vila chamava-se Janice, o nome da primeira mulher do dono do moinho. A norte da vila situava-se o Lago de Beasley - uma massa de água profunda, em forma de cotovelo, com margens densamente arborizadas. Aqui havia água e verdura e um pintor do século dezanove teria posto em primeiro plano uma linda mulher numa mula, ligeiramente debruçada sobre a criança que tinha nos braços e acompanhada por um homem com um bastão. Isto permitiria ao artista chamar ao quadro «Fuga para o Egipto», embora tudo o que ele quisesse celebrar fosse o seu prazer desconcertante numa bela paisagem de um dia de Verão".

In "Parece mesmo o Paraíso" de John Cheever, edit. Relógio d'Água, 1987





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